Em primeiro lugar devemos abandonar os ensinamentos de outras escolas que dizem ser de Nichiren, pois se misturarmos tudo ficará muito confuso.

Por exemplo, até mesmo a recitação do Odaimoku é muito parecida, porém, com significados e propósitos diferentes.

O Namu Myoho Rengue Kyo é um ensinamento de Bodhisattva e o Shakubuku para nós da Nichiren Shu não é o mesmo das outras escolas.

Numa de suas mais importantes escrituras, “Kaimoku Sho” (Abertura dos olhos), Nichiren Shonin escreveu que o espírito de Shakubuku é o de jamais desprezar as pessoas. Assim como o Bodhisattva Fukyo, que jamais menosprezava ninguém, que respeitava e tratava todas as pessoas como um Buda.

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Desta forma, não devemos agredir, desrespeitar e nem brigar com ninguém para impormos a nossa fé.

O Namu Myoho Rengue Kyo não é um mantra ou uma palavra mágica. É um ensinamento de como vamos pensar, falar e agir. Mas se vocês não entenderem o Budismo em geral, jamais conseguirão compreender o Namu Myoho Rengue Kyo.

O Buda Sakyamuni nasceu na Índia e, por quê ele se tornou um monge? Ele era um príncipe e não tinha sofrimentos. Morava num palácio, tinha dinheiro, mulher e prestígio – não precisava de nada… Mas, quando saiu de seu castelo encontrou pessoas idosas, pessoas doentes e falecendo. Então, surgiu-lhe uma dúvida: por que as pessoas nascem, envelhecem, adoecem e morrem? Por que temos que sofrer? Como resolver os nossos sofrimentos?

Ele começou a pensar muito sobre isso e após encontrar-se com um sacerdote decidiu que também se tornaria um monge.

Posteriormente a seis anos de prática muito rígida, privando-se de comida e qualquer tipo de conforto, sozinho na mata, ele atingiu a Iluminação.

O que ele atingiu? O que ele alcançou?

Primeiramente ele realizou seu primeiro sermão onde discorreu sobre as Quatro Nobres Verdades (por que nascer, envelhecer, adoecer e morrer?) e o Caminho óctuplo.

Qual a causa de nossos sofrimentos? A causa de nossos sofrimentos fundamenta-se principalmente na busca incessante de nossos desejos e elevação de nosso próprio ego, maculado pelos três venenos: avareza, ira e estupidez. E, como nos livrar desses sofrimentos? Não há outra maneira senão nos basearmos nesses oito caminhos.

Como pensar e agir para se atingir a Iluminação? O Odaimoku de Nichiren Shonin não é simplesmente recitação. É a unicidade da boca, do corpo e sentimento.

Nas outras escolas que dizem ser de Nichiren o importante é a quantidade que se recita.

Na Nichiren Shu o importante é “vivermos” o Odaimoku. Quando ajudamos os outros, também estamos recitando o Odaimoku. Ou seja, não é apenas ficarmos diariamente recitando horas e horas e sim, vivenciarmos o Sutra de Lótus e manifestá-lo em nossas atitudes.

Na época de Nichiren Shonin nem todos os adeptos possuíam gohonzons em forma de pergaminho.

Ele inscreveu cento e vinte e cinco mandalas, porém, tinha mais de mil discípulos.

O objetivo principal de Nichiren Shonin era o de ensinar sobre o Buda Eterno cujo desejo era o de salvar a todos os seres.

Nichiren Shonin inscreveu o Gohonzon na Ilha de Sado em condições muito precárias, com muito frio, fome e falta de roupas, tanto que acreditava que iria até morrer. Então ele inscreveu o Gohonzon e também escreveu as mais importantes escrituras na Ilha de Sado, porque queria deixar para seus discípulos tudo o que havia aprendido.

Como muitos de vocês já devem ter observado, no pergaminho Nichiren escreveu os caracteres com traços muito compridos… Isso porque ele acalentava a grande aspiração de fazer com que o Buda Eterno brilhasse na vida de todos.

O Buda Eterno está presente nos dez estados, domínios de nossas vidas e com isso irá iluminar, salvar a todos.

Portanto, o importante não é apenas o pergaminho. O fundamental é como vamos viver, pensar e agir em nosso dia-a-dia.

A Nichiren Shu é um escola que se estabeleceu mais tarde do que as outras escolas aqui no Brasil. E, como o pensamento da Nichiren Shu é diferente de outras escolas, a propagação é muito difícil.

Como um país católico, cristão, temos que respeitar a história e a cultura brasileira.

O mais importante não é ficarmos discutindo e nem apontando as falhas e erros dos outros.

Manifestando a “benevolência do Buda”, o correto é demonstrarmos a nossa doutrina através de nossas ações. Se a minha atitude não for correta, ninguém irá me ouvir ou respeitar. Ou seja, o Shakubuku (no sentido de propagação), irá aparecer por si só.

Explanação do Rev. Yodo Okuda (setembro de 2008)

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