De acordo com os ensinamentos de causalidade, tem sido ensinado que Shakyamuni teve muitas existências anteriores. Em cada uma delas ele aperfeiçoou as várias virtudes que viriam a ser concretizadas no futuro como o estado de Buda. Na primeira destas histórias, Shakyamuni é um brâmane rico chamado Sumedha que deixa a sua cidade para se tornar um eremita, a fim de encontrar uma resposta para as dores inevitáveis da vida. Um dia, ao visitar uma outra cidade, ele tem a boa sorte de conhecer Dipamkara, o Buda daquela época. Ele estava tão satisfeito co o encontro que fez um juramento em se tornar ele mesmo um Buda. Dipamkara então prediz a iluminação de Sumedha em uma existência futura. Após seu último renascimento terrestre e antes de sua vida como Shakyamuni, o futuro Buda viveu no Céu do Contentamento (em sânscrito Tushita) aguardando o momento certo, lugar e família para seu renascimento final. Apesar de tudo isso parecer fantasioso, isto mostra a convicção budista que todas as coisas são resultados de causas e condições adequadas. Mesmo que a grandeza de Shakyamuni como um Buda fosse o resultado de um gênio nascido de prévios esforços e sua interação com as circunstâncias peculiares em que ele nasceu.

Quando as condições adequadas surgiram, a rainha Maya de Kapilavastu teve um sonho extraordinário. Ela sonhou que um elefante branco de seis chifres segurando uma flor de lótus branca em seu tronco circulou em torno dela três vezes e, em seguida, entrou em seu ventre. Naquele momento, a rainha Maya concebeu o novo Buda. Ela daria à luz a ele sem nenhuma dor, enquanto ainda de pé e segurando um galho de árvore Sal ao visitar o Jardim de Lumbini, perto de Kapilavatsu. A lenda diz que imediatamente ao entrar no mundo, o bebe príncipe Siddharta deu sete passos e fez as seguintes declarações:

“Nasci para a iluminação, para o bem do mundo; este é meu último nascimento no mundo dos fenômenos”. (Asvaghosa’s Buddhacarita, part II, p.4)

No quinto dia após o seu nascimento, o príncipe bebê foi apresentado aos brâmanes para sua unção e escolha de seu nome, conforme o costume. Ao ver o bebê e examiná-lo, os brâmanes declararam que ele iria certamente torna-se o fundador de um império ou um Buda, um desperto. O Rei Suddhodana era um rei justo e piedoso, mas o sucesso mundano ainda era muito mais real para ele que um despertar espiritual. O rei Suddhodana, portanto, manifestou a esperança de que seu filho pudesse escolher o caminho secular, e que talvez mais tarde retiraria-se para a floresta, no momento apropriado – depois que seu sucesso no mundo fosse realizado. Tendo em vista as previsões dos brâmanes, o bebê recebeu o nome de Siddhartha, que significa: “Aquele que conseguiu seu objetivo”.