Praticar o Sutra do Lótus sem ter uma fé firme é comparável a tentar possuir uma jóia de uma montanha de tesouros sem ao menos ter mãos para isso, ou mesmo caminhar 4.000 quilômetros sem os pés.”

— Nichiren Shonin,

Horen-sho (Carta para Horen)

 

“Fé”

Mesmo se você recitar o Sutra do Lótus ou praticar a recitação do Odaimoku, a sua prática não provará nada e será apenas uma formalidade, uma “recitação cheia de vaidade”, não sendo possível para você alcançar a mente tranquila do Buda. Isso pode ser comparado à tentativa de adentrar em uma montanha de tesouros sem ter ao menos as mãos para obter algo.

Por esta razão Nichiren Shonin nos ensina sobre a fé. Nossa vida é baseada na fé em todas as fases. Começa pela relação de pais e filhos, famílias, escolas, hospitais, empresas, repartições governamentais, dentre outras, todas existindo por causa da “fé”.

Porém, a fé é frágil. Um pequeno erro pode quebrá-la. Recentemente foi falado no Japão: “até mesmo o Trem Bala de Shinkansen é vulnerável!”* quando foi reportado que o trem havia percorrido muitas milhas com uma rachadura ou defeito em uma de suas rodas, algo que não havia sido notado pelos ferroviários responsáveis.

Não há fé que não possa ser quebrada.  Nós a chamamos de “fé condicional”. No Budismo é ensinado que, por razão desta existir condicionalmente, ela deve ser mantida cuidadosamente.

A fé ensinada pelo Buda e por Nichiren Shonin é uma “fé absoluta”. Um mestre antigo uma vez explicou: “é a firme determinação de por a sua fé no Buda e depender dele até o final. Somente com esta fé pode-se obter uma mente tranquila.

 

Venerável Nissho Kanno, Bispo do Templo Ikegami Hommonji e Arcebispo da Nichiren Shu, Tóquio.

Coluna publicada na edição de número 226 da ‘Nichiren Shu News’, no dia 1 de Junho de 2018, pelo escritório sede do Budismo Nichiren Shu, NOPPA.

 

* ‘Shinkansen’ é uma das denominações dada à rede ferroviária de alta velocidade do Japão, símbolo da modernidade do país.

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