por Reverendo Nisso Kanno, Arcebispo da Nichiren Shu
“Que possamos ter os mais puros olhos da sabedoria. Assim como os seus!”
(Capítulo VII, A Parábola da Cidade Mágica)
Esta frase mostra nosso desejo sincero de alcançarmos um estado da mente livre de todos os desejos mundanos e pecados pelos mais puros olhos da sabedoria de Buda Shakyamuni. São os olhos da sabedoria, e, ao mesmo tempo, os olhos da compaixão de Buda. De acordo com o Budismo, há cinco tipos de olhos, a saber:
1) Olhos daqueles que tem um corpo material, no caso nós, os seres humanos;
2) Os olhos divinos dos seres celestiais;
3) Olhos da sabedoria pelos quais os “dois-veículos” observam o pensamento da não substancialidade;
4) Os olhos do Darma pelo quais os bodhisattvas percebem todos os ensinamentos que conduzem os seres humanos ao despertar;
5) Os olhos de Buda: os quatro tipos de olhos acima mencionados, presentes no corpo de Buda.
Uma frase tradicional diz “As pessoas ficam desgostosas de ver os vizinhos construindo tesouros”. Este é o motivo pelo qual os olhos da sabedoria e da compaixão de Buda são expostos no Sutra de Lótus. Geralmente, fazemos julgamento baseado numa primeira impressão. O julgamento sempre diz respeito a ser um amigo ou inimigo, se é um lucro ou uma perda. O julgamento leva à más paixões. “Que possamos ter os mais puros olhos da sabedoria, exatamente como os olhos de Buda, para fazermos julgamento legitimo e livre de más paixões”.
(*) Texto publicado no Nichiren Shu News de dezembro de 2011 e traduzido pela equipe de traduções da Nichiren Shu Brasil Sangha Hokekyoji em março de 2020.
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