Por Rev. Kanjo Basset
Diz-se que uma das razões de Toki Jonin ter enfrentado tantos problemas ao viajar por todo o Japão para coletar os escritos e cartas de Nichiren Shonin, não ocorreram apenas para preservá-los, mas, evitá-los de serem comidos.
Muito parecido com Nichiren Shonin escrevendo o Odaimoku nas águas agitadas do mar, para que houvesse uma passagem segura, rumo ao seu o exílio em Sado, os seguidores daquela época reverenciavam tanto as palavras de Nichiren sobre os ensinamentos do Sutra do Lótus, que eles acreditavam, que os caracteres em kanji tinham poderes protetores e curativos. As pessoas cortavam em pedaços seus escritos e os comiam.
Atualmente podemos encontrar isso nas tradicionais curas ou bênçãos de Kito. Alguns templos distribuem pacotes com minúsculos pedaços de papel comestível com o Odaimoku escrito à mão neles. Os seguidores os ingerem com chá ou água como parte da cura. Também podemos ver isso em vários amuletos de proteção para as pessoas, edifícios e até em campos agrícolas.
A história budista que invoca o poder dos sutras escritos é longa e variada, mas, o Ippen Shudai (Mandala com o Odaimoku inscrito) criado por Nichiren Shonin tem um poder especial e estilo não encontrado em nenhum outro lugar. Contudo, o poder não está no objeto, no papel, na caligrafia ou na mão do sacerdote. Fundamentalmente, é o poder do Sutra do Lótus, exposto por Shakyamuni Buda, transmitido aos nossos olhos e nossas mentes através do coração de Nichiren Shonin.
(*) Texto publicado no Nichiren Shu News em fevereiro de 2020. Traduzido pela Sangha Hokekyoji da Nichiren Shu Brasil em novembro de 2021.
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