Por Reverendo Gyokai Sekido
Genjo ou Hsuan-chuang (600-664) foi um sacerdote chinês. Ele viajou para a Índia através da Ásia Central e trouxe de volta 657 textos sânscritos budistas. Ele traduziu 1347 fascículos das escrituras para o chinês, incluindo os textos básicos da Escola Hosso.
Desde a infância, ele apreciava ler textos clássicos. Quando ele tinha onze anos de idade, seu pai faleceu e ele ingressou num templo budista para se tornar um sacerdote budista como o seu irmão mais velho. Naquela época, a sociedade budista chinesa se encontrava confusa após a mudança política (NT.: Devido à agitação política e social causada pela queda da dinastia Sui). Genjo visitou muitos templos, encontrou muitos sumos sacerdotes e estudou budismo. Ele passou a ser altamente respeitado pelos sacerdotes de alta posição.
No entanto, percebendo o limite do estudo do budismo na China, ele decidiu ir estudar na Índia, para resolver os problemas com seu estudo do budismo. Naquela época, os chineses não tinham permissão para deixar a China e viajar para fora do país. Genjo não conseguiu obter permissão do governo para fazer sua viagem de pesquisa no exterior. Desobedecendo a proibição do governo, ele partiu para a Índia em 629.
Muitas dificuldades surgiram continuamente. Fala-se que enquanto ele atravessava sozinho um deserto a cavalo, um exército de 100 soldados apareceu no horizonte. Ele ficou assustado e agarrou as rédeas do cavalo com firmeza. O imponente exército se aproximava. Inesperadamente, as figuras dos soldados gradualmente se tornaram menores e sumiram. Aquilo foi uma visão ou uma miragem?
Num dado momento, Genjo se perdeu no deserto e não conseguiu chegar a um oásis. Durante o dia sofreu com a onda de calor e a noite foi ameaçado por feras. Isso o deixou muito debilitado. Ele entoou o nome do Bodhisattva Kanzeon (Avalokitesvara) em seu coração. Então, um vento frio começou a soprar e ele adormeceu. Depois de um curto tempo, ele foi acordado por um deus gigante. O deus repreendeu Genjo e disse-lhe para continuar a viagem. Seu cavalo se assustou e galopou assustado. Estranhamente, eles chegaram a um oásis com campos verdes. Superando estas dificuldades, ele prosseguiu a viagem. Finalmente, Genjo passou pela Ásia Central ao longo do norte da Índia e chegou em um templo em Nalanda, no meio da Índia.
Genjo estudou todas as escolas de budismo e visitou os locais sagrados do Buda Shakyamuni na Índia. Depois de vários anos ele retornou a China em 645 e trabalhou na tradução de muitos sutras com seus discípulos no instituto nacional de tradução. Ele é conhecido por traduções precisas de textos originais. Muitos sutras foram traduzidos por eles, incluindo 100 fascículos do Maha-prajna-paramita Sutra. Dada a importância do seu feito, a tradução antes dele foi denominada “velha tradução” e sua tradução, “nova tradução”.
“Daito Saiiki-ki” (Relatório sobre o Oeste do Grande Tang) um registro de sua viagem é um material histórico importante para conhecer a geografia, cultura e religião da Ásia central e Índia no século VII. Um drama, “Saiyu-ki (Jornada para o Oeste) foi escrito baseado na peregrinação aventureira de Genjo.
Breve Conversa sobre Vários Tópicos do Budismo (8) – Coletânea de artigos publicados no Nichiren Shu News e traduzidos pela equipe de tradução da Nichiren Shu Brasil em agosto de 2019.
free vector
No Comments to "A Viagem de Genjo"