Por Reverendo Gyokai Sekido
Shakyamuni despertou e alcançou o Estado de Buda na idade de 35 anos (ou 30 em outra opinião). Ele deixou sua casa no Castelo de Kapila na idade de 29 anos (ou 19 em outra opinião) e praticou ascetismo severamente por seis anos. Ele passou seis anos esmolando seu sustento como um bhiksu. Um bhiksu é um monge budista que pratica ascetismo pedindo comida e se alimentando como se fosse um mendigo. Shakyamuni praticou muitos tipos de ascetismo severo como ter uma refeição por dia, parar de respirar, se queimar ao sol nos dias quentes e ficar acordado a noite toda. Ele continuou a praticar assim, sem descanso, por seis anos. Seu corpo ficou debilitado e sua mente não alcançou o estado de iluminação espiritual. Então, ele parou de praticar asceticismo. Os cinco sacerdotes que seguiram Shakyamuni depois que ele deixou o castelo pensaram que não adiantava ir em frente e o abandonaram. Quando ele foi sozinho para uma aldeia, uma jovem menina chamada Sujata, sentindo pena levou mingau de leite para ele. Shakyamuni comeu o mingau de leite e recuperou sua força física. Em seguida, tomou banho num rio límpido nas proximidades chamado Nairan e lavou a sujeira das práticas ascéticas.
Shakyamuni foi para um bosque numa cidade próxima chamada Gaya, atualmente chamada de Buddhagaya, e sentou-se em meditação. Lá estava uma grande “árvore Bodhi” sob a qual ele se sentou e meditou. Por fim, Shakyamuni atingiu a completa iluminação. Há muitas imagens que simbolizaram suas práticas ascéticas. Shakyamuni praticou ascetismo severo por seis anos nas montanhas nevadas (os Himalaias). Logo, ele percebeu que essas práticas eram imperfeitas e deixou as montanhas. As imagens de Shakyamuni Emergindo das Montanhas eram populares nos templos da escola Zen após a Era Sung. Isto porque os fundadores do Zen e outras escolas simpatizavam com o lado humano de Shakyamuni, que experienciou colapso e sofrimento.
O Buda se tornou completamente iluminado através da meditação. No entanto, meditação não é muito adotada pela Escola de Nichiren. A concentração e o insight de Ichinen Sanzen (os três mil reinos contidos em uma única mente) é uma exceção. A prática importante é recitar o Daimoku, que torna o coração pacífico. Pode-se dizer que Shodaigyo (a prática de recitar o Daimoku) é a meditação na Escola de Nichiren.
Gensei escreveu um livro “Sozan-Yoro” (10 capítulos) para sacerdotes budistas iniciantes, em 1655. Ele adotou os três aprendizados (preceitos, meditação e sabedoria) seriamente. No oitavo capítulo, ele mencionou que a fé no Sutra do Lótus é fundamental e a meditação é uma prática importante que ajuda também. Um túmulo simples de apenas três bambus existe em Fukakusa atualmente.
Breve Conversa sobre Vários Tópicos do Budismo (2) – Coletânea de artigos publicados no Nichiren Shu News em outubro de 2010 e traduzidos pela equipe de tradução da Nichiren Shu Brasil em maio de 2019.
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