Entre o “Mandala” e a “palavra” existe um ponto em comum. Na verdade ambos são “símbolos”. Portanto o Mandala escrito em ideogramas expressam dois símbolos. Por isso o Mandala é uma pintura e também é um símbolo. E de acordo com cada pessoa que o vê, o seu significado e forma de interpretar também mudam. Quando eu era jovem, interpretava o Mandala como sendo “a expressão do espaço cósmico” ou “a representação do Ichinen Sanzen”, sem pensar em nada. Então, vamos observar cuidadosamente o Gohonzon.

Mandala Gohonzon

No centro está escrito “NAMUMYOHORENGEKYO”  ladeado na fileira acima está escrito Shakyamuni, Taho e os Quatro bodhisattvas. Na segunda fileira Bodhisattvas, Absorção, Erudição e representantes das Divindades. Na terceira fileira os representantes dos outros Seis Estados. Na quarta fileira, Tendai Daishi, Dengyo Daishi, Nagarjuna e Shoan Daishi que representam  as Eras Shoubo, Zoubo. E em baixo  Nichiren Shounin.

O Mandala tem vários tipos de formas. Surpreendentemente muitas pessoas não percebem isso, mas os Bodhisattvas, Shoumon, Engaku e os grandes bodhisattvas (Nagarjuna etc) são precedidos por NAMU. Qual é a razão?

No “Ongui kuden” está escrito assim:

“Reverenciar diante do Mundo do Dharma. O Mundo do Dharma não é algo que se possa medir, como grande ou pequeno. Em outras palavras, é o  “Dharma” do Mundo do Dharma e os ensinamentos dos Três mil mundos dos Dez Mundos. O “Mundo” do Mundo do Dharma é a fronteira dos estados, os mundos de cada Estado(10 estados). Do Mundo do Inferno ao Mundo do Buda, vivem os seres no mundo correspondente (cada um no seu mundo).

Portanto o Bodhisattva Nunca Desprezar tem o seu próprio mundo e sua fronteira, e “Joman no shishu” (Buda, Bodhisattva,Shoumon, Engaku) também tem cada um, o seu mundo e sua fronteira. Porisso, o Bodhisattva Nunca Desprezar estar reverenciando o Shishu,  significa que o Mundo do Dharma do Bodhisattva Nunca Desprezar  está reverenciando o Mundo do Dharma do Shishu. E é isso que é  “Jita funi no raihai” ( reverenciar o próximo significa reverenciar a si mesmo ). Porque? Se o Bodhisattva Nunca Desprezar reverencia o Shishu, ao mesmo tempo, a natureza búdica do Shishu também reverencia o Bodhisattva Nunca Desprezar. É como reverenciarmos diante de um espelho, a imagem também estará reverenciando a nós mesmos.”

Portanto, devotar-se ao MYOHO significa que estamos iluminando a nós mesmos. Fazer NAMU é o mesmo que alguém estar fazendo NAMU para nós(como um espelho). E esse é o significado de “Jita funi no raihai”. (No Shishu está precedido por NAMU). Isso quer dizer que a primeira fileira e a segunda fileira do Gohonzon está reverenciada no MYOHORENGEKYO.

Na verdade o que está expresso nesse Mandala é o mundo espetacular da “Causa e Efeito”. E também representa os Budas do Infinito Passado até Nichiren Shonin representando a época atual. Esse espaço representa todos os seres vivos dos Dez Mundos e através do MYOHO estão sendo iluminados, e em relação ao tempo está representando desde o Infinito Passado até a Era do Declínio do Dharma. Os traços puxados em forma de “bigodes” nos ideogramas representam luzes e  que estamos sendo iluminados pelo MYOHORENGEKYO. Ao refletirmos nossa natureza búdica diante desse Mandala, é como se estivéssemos diante de um espelho e nos conduzisse ao Pico da Água para participar da Cerimônia do Ar. E nesse ponto surge uma dúvida.

” O que é Cerimônia do Ar? ”

” É uma fantasia? ”

Não, não é uma fantasia. Não é possível descobrir a nossa natureza búdica através de uma fantasia. Na verdade a Cerimônia do Ar é uma realidade que não podemos sentir. O mundo do cotidiano que estamos sentindo é a Cerimonia do Pico da Águia. E esse “Eu” que está aqui e agora é aquele que está dominado pelo ego. Somos classificados por  idade, sexo, local de nascimento, característica física, hobbie, signo, etc. Transcendendo a tudo isso, existe com certeza, um lugar chamado Cerimônia do Ar. Quando compreendemos a Causa e Efeito, ligamos o infinito passado com o presente momento. E no momento em que estamos recitando o MYOHO, estamos evidenciando o verdadeiro aspecto reciprocamente.

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